Naquele dia as nossas vidas mudaram, mudaram os hábitos, mudaram os risos, mudaram os ares.
Entre o medo e a saudade, fomos aguentando, achando que tudo seria mais ou menos breve.
Passaram 6 meses e o medo persiste, a saudade aperta.
O mundo lá fora pouco mudou, mas nós mudámos. Deixámos de viver livres, vivemos agora acorrentados ao invisível, sem saber por onde ele anda.
Vivemos um novo normal, que não é nada normal. Forçamos a olhar para a vida como se fosse a mesma, mas não é. O normal está lá atrás, à espera de entrar. Fechado numa caixa escura, à espera.
Os dias passam, as semanas passam, os meses passam, mas a vida parou, como se tivesse sido congelada, à espera de ser consumida. Mas os nossos corpos vão envelhecendo, não há forma de voltar atrás.
O tempo passa, a nossa pele muda, a nossa liberdade congelou.