Feb 8, 2009

Ares saturados


É grande em ti o vazio, mais o cansaço que se entranhou no teu corpo.
Os dedos anseiam por escrever palavras livres, os olhos desejam voltar a ver aquilo que deixou de querer ser visto.
Os lábios choram por não conseguir esquecer aquele sabor, a pele, fina, transporta em si o cheiro que teima ausentar-se.
A cabeça rodopia em fantasmas, obrigaram-te a ser personagem de um filme que nunca desejas-te. Aquele ar, que sempre te fez respirar, ficou saturado, aqueles olhares deixaram de ver a verdade. Os ponteiros do relógio indicam a hora, a ausência de estar chegou para ficar. Espera por novos ares, aguarda tranquila pela passagem dos dias, deixa passar as imagens, devagar, sem soluços.
Deixa-as passar, deixa de lá estar, deixa-te estar na tua gruta, desejas por novas energias...largas lágrimas por aqueles que não podes ver. Sobrevives, aguardas, esperas, novas horas surgirão.