Oct 25, 2007

Monólogo de uma mulher moderna

Apresento um ponto de vista interessante que dá que pensar. É engraçado mas acho que ainda bem que nós mulheres conseguimos obter tudo aquilo a que hoje temos direito!
"São 5.30H da manhã, o despertador não pára de tocar e não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou acabada. Não quero ir trabalhar hoje. Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir música, a cantar, etc. Se tivesse um cão levava-o a passear nos arredores. Tudo menos sair da cama, meter a primeira e ter de por o cérebro a funcionar.
Gostava de saber quem foi a bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve a ideia de reivindicar os direitos da mulher e porque o fez connosco que nascemos depois dela?
Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós, elas passavam o dia todo a bordar, a trocar receitas com as suas amigas, ensinando-se mutuamente segredos de condimentos, truques, remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos seus maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, recolhendo legumes das hortas e educando os filhos. A vida era um grande curso de artesãos, medicinas alternativas e de cozinha. Depois ainda ficou melhor, tivemos os serviços, chegou o telefone, as telenovelas, a pílula, o centro comercial, o cartão de crédito, a Internet! Quantas horas de paz a sós e de realização pessoal nos trouxe a tecnologia!
Até que veio uma tipa, que pelos vistos não gostava do corpinho que tinha, para contaminar as outras rebeldes inconsequentes com ideias raras sobre "vamos conquistar o nosso espaço"
Que espaço?! Que caraças! Se já tínhamos a casa inteira, o bairro era nosso, o mundo a nossos pés!!! Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós, para comer, vestirem-se e para parecerem bem à frente dos amigos e agora? Onde é que eles estão???
Nosso espaço???!!! Agora eles estão confundidos, não sabem que papel desempenham na sociedade, fogem de nós como o diabo da cruz. Essa piada..., acabou por encher-nos de deveres.
E o pior de tudo acabou lançando-nos no calabouço da solteirice crónica aguda!!!!
Antigamente os casamentos eram para sempre. Porquê? Digam me porquê, um sexo que tinha tudo do melhor que só necessitava de ser frágil e deixar-se guiar pela vida começou a competir com os machos? A quem ocorreu tal ideia?
Vejam o tamanhão dos bíceps deles e vejam o tamanho dos nossos! Estava muito claro que isso não ia terminar bem. Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de ser magra como uma escova, mas com as mamas e o rabo rijos, para o qual tenho que me matar no ginásio, ou de juntar dinheiro para fazer uma mamoplastia, uma lipo, ou implantes nas nádegas...
Alem de morrer de fome, pôr hidratantes, anti-rugas, padecer do complexo do radiador velho a beber água a toda a hora e acima de tudo ter armas para não cair vencida pela velhice, maquilhar-me impecavelmente cada manha desde a cara ao decote, ter o cabelo impecável e não me atrasar com as madeixas, que os cabelos brancos são pior que a lepra, escolher bem a roupa,os sapatos e os acessórios, não vá não estar apresentável para a reunião do trabalho.
E não só, mas também ter que decidir que perfume combina com o meu humor,ter de sair a correr para nao ficar engarrafada no transito e ter que resolver metade das coisas pelo telemóvel, correr o risco e ser assaltada ou de morrer numa investida de um autocarro ou de uma mota, instalar-me todo o dia em frente ao PC, trabalhar como uma escrava, moderna claro está, com um telefone ao ouvido a resolver problemas uns atrás dos outros, que ainda por cima não são os meus problemas!!! Tudo para sair com os olhos vermelhos - pelo monitor, porque para chorar de amor não há tempo! E olhem que tínhamos tudo resolvido, estamos a pagar o preço por estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, perfumadas, unhas perfeitas, operadas, sem falar do currículo impecável, cheio de diplomas, de doutoramentos e especialidades, tornámo-nos super-mulheres mas continuamos a ganhar menos que eles e de todos os modos são eles que nos dão ordens!!!!
Que desastre! Não seria muito melhor continuar a coser numa cadeira?? Basta!!!
Quero alguém que me abra a porta para que possa passar, que me puxe a cadeira quando me vou sentar, que mande flores, cartinhas com poesias, que me faça serenatas à janela!
Se nós já sabíamos que tínhamos um cérebro e que o podíamos utilizar para quê ter que demonstra-lo a eles??
Ai meu Deus, são 6.10H, e tenho que levantar-me da cama...
Que fria está esta solitária e enorme cama! Ahhhh... Quero um maridinho que chegue do trabalho, que se sente ao sofá e me diga: Meu amor não me trazes um whisky por favor? ou: O que há para jantar? Porque descobri que é muito melhor servir-lhe um jantar caseiro do que atragantar-me com uma sanduíche e uma Coca-Cola light enquanto termino o trabalho que trouxe para casa. Pensam que estou a ironizar ou a exagerar? Não minhas queridas amigas, colegas inteligentes, realizadas liberais....e idiotas! Estou a falar muito seriamente: "Abdico do meu posto de mulher moderna." E digo mais: A maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens esfalfarem-se a trabalhar para sustentar a nossa vida boa! Agora somos iguais a eles! Ai ai!!!"

Oct 24, 2007

Elogio ao Amor

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
(...) Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.
(...) O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
(...) O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso

Oct 16, 2007

MULHER DE SORTE

Definitivamente sou uma mulher de sorte... Não me posso mesmo queixar. A sorte é tanta que até assusta:
1)Há uns anos atrás, quando eu era adolescente, entrei num autocarro. Estava com uma mala preta, pequena, toda gira, mas que não fechava. À medida que ia caminhando pelo corredor senti de repente a minha mala mais leve... de repente olho para o lado e vi um senhor A a ralhar com outro senhor B a dizer: “Se faz favor, entregas a carteira à menina?”. Não é que estavam a falar da minha carteira que o senhor B me tinha acabado de roubar e que eu não tinha dado por nada????? Depois da “ralhação” o senhor B entregou a minha carteira ao senhor A, que por sua vez entregou-ma a mim.
2)Há cerca de dois anos tinha saído do escritório, a meio da tarde, para ir lanchar. Voltei ao escritório e por volta das 18h30 telefona-me um senhor a perguntar se eu não tinha perdido uma carteira. Fui ver à mala e de facto tinha perdido... CREDO!! O senhor encontrou a minha carteira, por sorte tinha lá dentro o n.º telemóvel e por sorte o senhor telefonou-me. Mais tarde combinei com o senhor que, gentilmente me entregou a carteira, com TUDO lá dentro! Nada faltava!!!
3)Há cerca de três meses, num sábado à noite, fui de carro de minha casa, na Estefânia até ao Saldanha (dado que precisava de levantar dinheiro). Cheguei ao Saldanha por volta da 0h00, onde, deixei o meu carro e fui de táxi até ao bairro. Depois de uma bela noitada (mas desta vez nem foi muito comprida) apanhei táxi para o Saldanha, para apanhar o meu carro e ir para casa dormir. Quando já estou a chegar ao carro começo a procurar nos bolsos das calças (mala não levei, pois é sempre uma chatice andar de mala à noite) e não é que não encontro as chaves do carro????? E não é que as chaves de casa estavam dentro do carro???? Telefonei logo para um amigo meu para ver se ele ia ter comigo, e quando estávamos a falar ao telefone vejo no pára brisas um papel que dizia: “Deixou as chaves do seu carro no meu táxi. Queira por favor contactar-me amanha a partir das 17h00 para este n.º telem (...)”. Não estava acreditar!!! Era o senhor do táxi que tinha apanhado à 0h00 (portanto à cerca de 4 horas atrás), no Saldanha!!!! Como apanhei o táxi tarde, julguei que o taxista ainda estaria a trabalhar e então telefonei-lhe. O senhor, muito simpático, atendeu o telefone, mas, segundo ele, já estava a dormir, vivia na Amadora e era mesmo só para lhe telefonar no dia seguinte. Eu expliquei a situação de não ter chaves para entrar em casa e precisava mesmo das chaves do carro. Então não é que o senhor, saiu da sua cama, da sua casa na Amadora, para vir ao Saldanha para me entregar as chaves???????? Deus, iluminai este senhor, pois ele foi um santo;
4)Na semana passada, estava a fechar a janela da minha cozinha quando o vidro se parte todo!!!!! Só não sei como não matei ninguém, pois os vidros caíram todos na rua, e eu não sofri um único arranhão!
5)Há dois dias, ia a caminhar até minha casa, depois do trabalho, quando oiço alguém a chamar por mim: tinha apanhado o meu telemóvel que eu tinha deixado cair ao chão e eu não tinha dado por nada...

Acho que é melhor deixar de abusar da sorte!!!!!!!
:)

Oct 4, 2007

Editors - Munich

dia 16 de Novembro... aqui vamos nós!!!

Oct 1, 2007

Lenda Sioux


Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas na tenda do velho feiticeiro da tribo e falaram:
- Nós nos amamos e vamos nos casar. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã. Alguma coisa que garanta que poderemos ficar sempre juntos. Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até à morte.
O velho sábio, ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:
- Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos caçar o falcão mais vigoroso do monte e trazê-lo com vida, até ao terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono, onde encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a viva.
Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco. O velho pediu que, com cuidado, as tirassem dos sacos, e viu que eram belos exemplares...
- E agora o que faremos? Perguntou o jovem. Nós as matamos e depois bebemos à honra de seu sangue?
- Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? Propôs a jovem.
- Não! Disse o feiticeiro. Apanhem as aves e as amarrem entre si pelas patas, com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...
O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram as aves... A águia e o falcão tentaram alçar vôo, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno.
Minutos depois, irritadas pela incapacidade de voar, as aves\jogavam-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar.
E o velho disse:
- Jamais esqueçam o que estão vendo... Este é o meu conselho.Vocês são como a águia e o falcão... Se estiverem amarrados, um ao outro, ainda que por amor, viverão arrastando-se e, cedo ou tarde, começarão a machucar-se mutuamente. Se quiserem que o amor entre vocês perdure... voem juntos... Mas nunca amarrados."