Jan 25, 2010

Relações de Vidro


Depois de algum tempo percebo que afinal as relações ditas de amizades não são assim tão fortes como tinhamos pensado. Parece que tudo se cria à volta de uma linha tão ténue, que a qualquer deslize tudo cai e nada mais faz sentido. Por vezes até parece que essa linha foi apenas imaginada por mim, pela minha insistência e a minha vontade de estar.
A todos os que passaram pela minha vida, agradeço num simples acto a experiência que me deram, nada mais. Pode ser que um dia, a amizade deixe de ser circunstancial e passe a ser sincera e saudosa.
Passei a sentir vazio num mundo cheio de pessoas, uma falta de conforto fraternal, num mundo demasiado agitado e preverso.
A minha felicidade recai sobre aqueles actos que se mantém, que esperam por mim, que me acolhem, que me criticam, que me abordam, mas não se vão embora.
Esgotei as forças de querer estar, não espero mais nada.

Jan 21, 2010

Viagem ao passado


Deixei para trás os erros que fui, os erros que quis seguir, numa altura em que não era exacta nem feliz, era dormente, seguia os passos que me davam, estava hipnotizada pelo caminho desconhecido.
Seguia por esse caminho com uma capa de remendos, que deixava entrar fraquezas e incertezas. Viajei com essa capa até destinos nunca imaginados, escondi-me na minha própria capa, para não ser atingida pela razão.
A capa um dia voou com o forte vento, encontrei o desamparo e a vergonha fria. O sol apareceu aos poucos, um raio atrás do outro, aqueciam cada centímetro do meu corpo. A cada passo que dava a dormência desaparecia, as pernas criavam força e os olhos voltavam a viver, sem hipnotismos.

Jan 20, 2010

You and Me



I could be your boy
and you could be mine
I could be you toy
It would be fine
Bring me all your joy
it would be fine
Dont say a word
Stay over tonight

Jan 17, 2010

Murmúrios




"há qualquer na tua boca no mover dos teus lábios quando
nessa língua ponte entre nós dizes a língua e outra qualquer coisa
quando dizes a tua boca original a mesma que tantas vezes me dás
no mover de ti e no ondular do som da tua voz quando estou sobre ti
ou tu sobre mim e este poema sobre ti e tantas vezes nunca são
muitas vezes na tua língua
a palavra tem o som da tua voz
em qualquer boca até
na minha
pronúncia atrapalhada até para dizer o teu nome e há qualquer coisa
nesta ponte que fazemos que estendemos em tapete futuro
qualquer coisa metálica e quente uma espécie de fundição no
mover dos lábios para tanto no mover de ti"

M. Tiago Paixão

Jan 11, 2010

Membros turvos



Um pé num receio musical, um outro na roda viva de um desmaio, uma mão que agarra o frio do formal, a outra…bate leve na pedra que lança chamas!
Um movimento lento, com receio de cair, deixa cair uma lágrima, que percorre o suor do cansaço. Acompanha uma tristeza pequena, um receio talvez, da verdade ou apenas do que sente.