Nov 28, 2008

Personalidades múltiplas

Depois de alguns anos por este mundo, por vezes medíocre, por vezes agradável, com alguma, ligeira, relativa experiência sobre o certo e o errado, sobre valores e ideais, cheguei a uma brilhante conclusão: todos nós temos múltiplas personalidades.
Eu explico, de acordo com as minhas análises visuais, sensitivas, tactuais e sei lá mais, aprendi que para manter a sanidade mental (duas palavras que em conjunto podem significar diversas coisas, mas não significam de certo, o conceito terrível, de NORMALIDADE), temos de adoptar diversos escapes para fazer face à normal rotina que a vida nos oferece. Os nossos gostos musicais, culturais e até mesmo sexuais podem ser sempre os mesmos mas a forma como lidamos com os outros depende muito daquilo que esperamos do outro, daquilo que o outro nos deixa controlar, dos limites que o outro nos oferece.
Dizem que a bipolaridade é "uma forma de distúrbio de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase de maníaca ou hipomania, hiperactividade e grande imaginação, e uma fase de depressão de inibição, lentidão para conceber ideias e realizar, e ansiedade ou tristeza". Mas quem é que nunca teve um momento de elevada hiperactividade, com uma criatividade fantástica, e logo de seguida momentos de depressão? Se calhar, porque chegou à conclusão que as ideias fantásticas não eram assim tão boas, ou porque procura alcançar sonhos e nem sempre os consegue alcançar...Whatever, o que quero dizer, é que talvez todo o ser humano que procura viver intensamente a vida e tudo aquilo que ela nos dá, estará mais susceptível a momentos de euforia, momentos de ansiedade ou de tristeza. Mas tudo isso faz parte da vida, quem não passa por elas é porque tem medo de viver. Não?

Nov 26, 2008

MANIFESTO #1

100% a favor da eliminação completa de:
1) pessoas mesquinhas
2) aquelas que só sabem falar dos filhos
3) pessoas que têm no telemóvel, no computador, na mala, na carteira e sei lá mais onde a fotografia dos filhos, do periquito, do cão e do marido
4) aqueles que passam o dia 24 de Dezembro a mandar sms parvas e estupidificadas de boas festas, ao mundo inteiro e arredores
5) os que se acham o máximo, e não têm a mínima noção da realidade
6) os novos freaks que contestam por tudo e por nada, que se armam em fundamentalistas, defensores da liberdade e da natureza, contra o capitalismo, mas têm sempre os papas a proteger a retaguarda
7) do típico cobarde que foge da responsabilidade e depois ainda se arma em coitadinho
8) daquela gente que se chateia à mínima coisa e que não faz um esforço para compreender

Nov 21, 2008

Dance is my poem


"The dance is a poem of which each movement is a word"

Na dança que ela escolheu, cria as palavras que não consegue dizer, na dança que ela escolheu diz-lhe para ficar.
Solta movimentos lentos, nada a faz parar. Cada dedo do pé, cada dedo da mão, cada fio de cabelo, todos lançam palavras. Esquecem-se que estão no meio da multidão, a alma solta-se e viaja por entre paredes, ultrapassa a porta e lança-se sem destino. O corpo larga-se, o sangue sobe, aquece e aquece cada vez mais, os movimentos aceleram, tudo rodopia...
Ela ficou muda, ela dança para ele, nos movimentos que cria diz-lhe que o quer reencontrar.

Nov 19, 2008

Partida?

Deixei de pertencer a algum sitio, coisa ou alguém. NADA faz sentido. TUDO desaparece na areia levada pelo simples sopro. Sonho nas malas feitas, sonho na partida, sonho em não deixar rasto, sonho no não regresso.

Será que sou culpada por nunca ter tido um GRAVE problema, como eles dizem? Será que tenho de me esforçar para que esse problema me atinja para mais tarde dizer "Já nada me atinge. Já tive um grave problema".
Ou será que sou uma verdadeira optimista, e não vejo o lado grave da coisa?

Nov 17, 2008

Reciclagem de palavras

Depois de alguns anos de vida, apercebemo-nos que as palavras ditas nem sempre nascem de fonte segura, que as palavras ditas não são virgens, que as palavras ditas foram deitadas fora para reciclagem.

Momentos passados, aproveitados para inventar palavras bonitas, para criar frases apaixonadas, novos momentos, deixam de fazer sentido, novos seres, palavras reutilizadas, mantém-se as letras, a acentuação, os pontos finais aqui e ali.

Aprendi que prefiro o silêncio, onde apenas observo os actos, dispenso o ruído das palavras.

Nov 14, 2008

Imortal?

Um desconhecido quebra o contrato com a vida, à porta de minha casa. Em 10 segundos, a vida pregou-lhe uma partida. Pergunto-me, porque existem mortes ridículas, sem sentido nenhum?
Terei eu esse destino? Chegarei à hora, e direi que fui feliz? Direi que fiz tudo aquilo que desejei? Deixarei marca?
O objectivo supremo do simples mortal não é alcançar a imortalidade? Através da obra que promoveu durante a vida.
Alguma vez alcançarei um décimo da imortalidade?

Nov 12, 2008

Valsa Islandesa

Ontem o frio tranformou-se em glosoli, foi um Ágætis Byrjun de semana.
Estremeci, viajei, sonhei, flutuei, voaei! Tudo ao mesmo tempo. Até o impossivel acontece.
Senti-me a dançar em Hoppípolla, sob as cores do Hafssó.

(se não tivesse conseguido ir desta vez, decerto que cortaria os pulsos)

Nov 11, 2008

A milhas

Não voltarei a entrar onde não sou bem vinda. Essa "entrada" criadora de maus entendidos, aos quais desejo manter-me a milhas.
Quero continuar a sentir o lado verde lima recém nascido.
Não sei como escolher as palavras certas, sinto-me a afastar daquilo que não queria.
Não interessa, não cabe apenas a mim.

Nov 7, 2008

Opção certa


Mantenho a minha tendência de manter as posturas, prolongar os caminhos, fechar as portas à solidão, pisar o sossego, multiplicar os sentimentos. Deixei de me sentir alegre, nunca estive triste, sinto-me distante, numa bola de gigante, no meio da multidão, vejo os gritos, as conversas, as musicas, não os oiço.
A conta dos pedidos já vai alta, os bolsos esvaziam à velocidade da luz, continuo a adiar o inadiavel, até quando?
A vida não volta a atrás, cada novo dia é uma representação ao vivo, não há lugar a dias de ensaio.

Nov 6, 2008

O verdadeiro mundo TROL

Estava eu a ouvir, no modo mais discreto possivel, os meus queridos Arcade Fire, quando alguém pergunta, "estás ouvir música chinesa?" e acrescenta "bem sei que gostas de ouvir essas chinesisses...", bom, pensei eu "o frio está a fazer-lhe mal, congelou os neurónios", mas logo de seguida lembrei-me daquele comentário "pois, tu gostas é de ouvir aquela rádio que dá música estranha", não é estranha, é simplesmente a melhor rádio do MUNDO (nem preciso de indicar qual é!).
O Mundo está verdadeiramente perdido...quero hibernar, que me atirem com uma pedra para entrar em coma!!!

Nov 5, 2008

Angels of snow


Estou longe do ar viciado
aqui sinto o frio, vejo a neve e tudo parece tão natural
tudo parece tão limpo, tão puro
longe dos jogos, longe dos olhares inquisidores
perto do meu ser
procuro a minha verdadeira essência que parece perdida
por entre curvas oiço vozes que me prendem
sigo a estrada que me leva ao desconhecido
Lá em baixo o desconhecido deixou de o ser
tudo parece igual, as conversas, os olhares, parecem saídos da fábrica.
Piso o chão frio, da estrada branca, sorrio! Existo, vivo!

Nov 2, 2008

ODEIO

CENTROS COMERCIAIS

Odeio o conceito do "passeio até ao shopping" ou ir "almoçar fora...no shopping".
Verdadeiras atitudes sociais do mais deprimente que existe.
Não entendo a animação de passar uma tarde inteira num espaço cheio de gente, a "ver montras".
Defendo o sistema de entradas nos CC com uma validade de apenas 1 hora (vá lá, 1h30m, mais meia hora, a contar com as idas às WC e as controvérsias com as criancinhas, que teimam berrar aos sete ventos, só para terem aquela coisa que não se entende para que serve). Assim, todos iríamos só para satisfazer o verdadeiro objectivo dos centros comerciais: COMPRAS, e não para namorar, engatar ou almoçar, ou para mostrar o "bónito" fato de treino que se comprou no dia anterior, nos lelos ainda por cima.
Haja paciência!

Nov 1, 2008

Voltares

Voltarei a sentir o toque de seda?
Voltarei a penetrar num olhar que deseja?
Voltarei a observar o sorriso que enche o vazio?
Voltarei a ouvir palavras que complementam?
Voltarei a viver o silêncio que prende?

Esse voltar nunca existiu, nunca voltará o nada.
Transformei-me numa aberração para me proteger de ti.
Estavas tu entre grades, a minha vontade de te abraçar era de lua cheia, mas os teus olhares estavam desviados, loucos por outros sorrisos.
Apenas desejava ter ouvido as palavras não ditas. Esses lábios que fizeram largar sorrisos, sentir aquelas borboletas no estômago, mas também verdadeiros golpes. Com esses lábios conheci todas as cores de uma tela, a luminosidade do amanhecer e o brilho das luzes.
Os lábios que me fizeram derramar lágrimas, por ter desejado o impossível.
Deixarei tudo isto, não sei se voltarei a estes lados.