Apr 29, 2009

Acaso

No acaso da noite o acaso daquele olhar
Mas não, não era aquele.
O outro era noutra rua e eu era outra. 
Perco-me subitamente da visão imediata, 
Estou de novo numa nova rua
Passa um novo olhar
Mas procurava outro.
Agora perco por saudade por não ver aquele olhar
O outro, e o outro.
E tenho pena de não ter sequer seguido o outro olhar.
Por entre olhares e acasos
A minha alma vive virada do avesso
Do outro avesso que me faz escrever
Versos,  passar por louca ou talvez por génia, talvez.
Essa alma que vive de maravilhas,
de saudades, de ausências, de estares
No acaso que esse olhar me algemou
Ou outro olhar, ou aquele que ainda está para vir.
Mas dizia que naquele olhar 
Cresci na lua cheia e bebi a chuva que caiu
Abracei amanheceres do acaso
Sangrei os desejos e soltei os medos
medos que vivem na tranquilidade
crescem devagarinho
mas por acaso fazem todo o sentido.
Nas calçadas que percorri deixei o meu olhar para trás
Ou terei por acaso percorrido estradas já conhecidas?
Nelas passam outros por mim
lançam estranhezas ou talvez apenas ares fogosos.
Mas por entre acasos sei que sou outra.

baseado em "acaso" de Álvaro de Campos

Apr 26, 2009

L´Apprentissage

"... Aprender é mudar. Pode existir aprendizagem sem esta sensação profunda de impotência? O vácuo perante uma situação desconhecida. É este o espaço da criação, o espaço onde se pode reinventar. É neste silêncio que pode nascer este movimento exigente onde o antigo se torna novo. Um passeio no limiar sem regresso possível...", Fabrizio Pazzaglia, intérprete de Olga Roriz, além das suas poderosas fisicalidade e teatralidade. Radicado em Paris, regressa agora com uma interpretação de um texto de Jean-Luc Lagarce sobre a reaprendizagem do corpo após a saída de um estado de coma.

LOCAL - Lisboa, Culturgest
HORARIOS - De 29-04-2009 a 30-04-2009, Quarta e quinta às 21h30

Apr 24, 2009

No regrets, no fears



I tremble
They're gonna eat me alive
If I stumble
They're gonna eat me alive
Can you hear my heart beating like a hammer?
If we're still alive
My regrets are few
If my life is mine
What shouldn't I do?
I get wherever I'm going
I get whatever I need
While my blood's still flowing
And my heart still beating like a hammer

Apr 22, 2009

Círculo em repeat


The circle is vicious of
Thoughts altogether vain
Haunted by battles lost
This circle is vicious
Spoken behind the hand
It is the storm
That brought me in

Apr 21, 2009

Defeito?

Dizem que o pior defeito de um caranguejo é " compreender demasiado os problemas dos outros...".

Tell me what is my worst fault?People come and go, feelings grow and die and it is all the same.
Passion is a funny game, when you lose or win...i'm a stranger in this game, i just blind when i see the cards.

Apr 20, 2009

Pensamento

É sempre mais fácil colocar as culpas em terceiros, quando não somos capazes de lidar com as nossas fraquezas.

Apr 17, 2009

Ao mundo


Na ponta dos pés encontrou a energia que faltava, continua a perseguir o seu sonho, não esquece o que lhe move.
Luta pela sua liberdade de expressão, pela liberdade de acesso, pela liberdade do conhecimento, pela liberdade individual e sobretudo pela liberdade de movimento.
Acredita na existência do mundo melhor, sem rodeios e sem medos, onde reina a simplicidade de um simples passo de dança.
E para o mundo que existe, abre as portas do seu mundo, quer contribuir com um milésimo de mais cor, para esse mundo que teima em quebrar. Aquele mundo onde deixaram de interessar as opiniões alheias, o seu mundo que deixou de ter vergonha de se mostrar.

Apr 15, 2009

E no depois

A poeira assenta lentamente, o telhado quebra em mil pedaços, era de vidro. São milhares os estilhaços, impossível consertar.
A cereja fora de época secou.

Apr 14, 2009

Just a thought

Até o mais precioso projecto de vida pode surgir no momento mais errado de sempre.

Adiamos ou continuamos?

Apr 12, 2009

No fim



No fim da estrada que alcanças atreve-te a saltar para a outra margem
No fim do sonho voas para a realidade
No fim da escrita nada consegues ler
No fim das palavras sussurradas não entendes o sentido
No fim tudo se repete
No fim a cabeça rodopia de duvidas e crenças
No fim ganham as opções
No fim são retalhos de indecisões
...parece que cegas, nada vês, o nevoeiro é grande
caminhas lentamente para o desconhecido, não sabes o que te espera
...
No fim!

Apr 9, 2009

Show me the way



We now must say goodbye
Oh, don't ask why

Apr 8, 2009

Today...or the next day...every day



(just remember your greatest day)

Apr 7, 2009

Skinflowers

Cada membro uma pétala, um movimento sem limite, segundos que percorrem o tempo sem esperanças. Conversas ditas sem saída, entrelaçadas como cerejas, num silêncio de vidro a quebrar a qualquer momento.

Apr 3, 2009

Nobre ser...

"É nobre ser tímido, ilustre não saber agir, grande não ter jeito para viver.
Só o Tédio, que é um afastamento, e a Arte, que é um desdém, douram de uma semelhança de contentamento a nossa.
Fogos-fátuos que a nossa podridão geral, são ao menos luz nas nossas trevas.
Só a infelicidade elementar e o tédio puro das infelicidades contínuas, é heráldico como o são descendentes de heróis longínquos.
Sou um poço de gestos que nem em mim se esboçaram todos, de palavras que nem pensei pondo curvas nos meus lábios, de sonhos que me esqueci de sonhar até ao fim.
(...)
Esse sonho falso, esse ódio fraco não é senão o pedestal tosco e sujo da terra em que se finca e sobre o qual, altiva e única, a estátua do nosso Tédio se ergue, escuro vulto cuja face um sorriso impenetrável nimba vagamente de segredo."

Bernardo Soares, in 'Livro do Desassossego'