Kissing life

Nos últimos raios quentes de sol, beijo o ser que vive, que voa, que se transporta. Sigo as asas dele, deixo-me levar pelo seu rasto, paro, sigo, devagar, mas não desisto.

Beijo o coração que bate, sem fôlego, mas vive, sem pressas. Sigo o rasto quente do ser, perseguida por memórias, olho em frente, nada vejo.

Percorro uma estrada, pintada de sombras frescas, cores quentes que protegem as aves que por ali voam.

Oiço o som suave dos seres, descanso, sinto um mundo mais tranquilo, por agora.

After Holidays

Não digas nada

Não digas nada, apenas sente e vê. O teu olhar dará a resposta que preciso, as tuas mãos a temperatura dos teus sentimentos.

Observa, respira, toca...mas nada digas. Já sabes, as palavras podem, às vezes, pesar toneladas, estou sem forças, não iria aguentá-las.

Caminha, descalço, sente a relva, verde e fria por entre os teus pés, fecha os olhos e sente...O que vês?

Não digas nada, nem mesmo a verdade, ela às vezes é feroz, mas pode ser fada, mas deixa-a estar, prefiro encontra-la, seguindo os teus passos, tocando em cada pedaço teu e sentir, sentir...

No games

In your eyes, I am magnified
I peep your sides, I do fantasize
'Cause you just taste like the river

Games for days, where did you find them?
Games all day, we're thankful to find them
Games all day, help me to shine them
Play all day, I won't let the party die

I can't say I've seen them part
But I will say I've seen them move
I can't say I've seen them part
But I will say I've seen them move

You know you're my queen of hearts
And I come back and see you soon
I can't say I've seen them part
But I will say I've seen them move

Devagar

"Foi aos poucos que me apercebi de como era bela. Há pessoas assim. Que se revelam devagar, que não têm qualquer pressa em mostrar como são, em chegar ao nosso ombro, à nossa frente. Pessoas que têm o tempo do seu lado. O exacto contrário de mim que habito a ansiedade de todas as horas. A primeira vez que a vi nada vi a não ser uma cara, um corpo, gestos. Não me apercebi da claridade da sua face, do seu corpo longo, dos gestos lentos e delicados das mãos e dos braços, das suas incisivas palavras. (...)

Pedro Paixão, in 'O Mundo é tudo o que acontece

I'll be back

É oficial, estou de férias por 20 dias. Farei uma visita ali e acolá e ao SW.

Depois de 9 anos sem faltar (talvez com um ano ou dois em falta), apercebi-me do ambiente totalmente estupidificado, para além de todas aquelas coisas estranhas que eles oferecem no recinto, mais o fast food que agora é uma constante nos festivais e...e os hamburgueres de avestruz?Porque deixaram de existir? Nunca entendi. Também nunca entendi aquele ideia que "ah vou ao festival porque é fixe" ou "porque tem pessoal bacano!" ou "sempre dá para engatar umas babes!". A acrescer a estas coisas de extraterrestres, acrescentava-se a quantidade de gente que se aglomerava no espaço...pois claro, por causa do "fixe da coisa!". Tendo em conta tudo isto, fiz um jejum de 3/4 anos de SW. Este ano decidi não faltar, eles há pessoas que dizem que certas coisas nunca mudam, mas vou fazer uma visita por lá...e claro, apesar de todos acharem o cartaz este ano muito fraco, eu não partilho dessa opinião. Alguns já cá vieram, mas esses ainda eu não os consegui ver, AVC's da vida!

Como tenho garantido uns dias de total retiro, a seguir aos amontoados, nunca regressarei à civilização com os nervos no auge, caso a coisa dê para o torto.

Just a woman

Sou apenas uma mulher que deixou as resistências para trás, na sombra da desconfiança caminho, muito devagar para aquilo que sempre desejei. Sinto-me uma recém nascida, de pé em pé, exploro, muito devagar o mundo novo que vem aí. Um passo para a frente, talvez um e meio para trás, mas continuo, quero entender esse sentido.

Histórias finalmente resolvidas, sentimentos sentidos que ficam, na memória, apenas isso, surgem novos, mais tranquilos, mais leves.

São necessários tantos segundos para perceber como sabe tão bem resolver o que achava que nunca poderia ser resolvido, manter uma rota que achava que não queria seguir, observar o que sempre queria cegar, sentir o que nunca me permitiria a sentir, alívio, tranquilidade, sem receios, sem torturas.