Dec 18, 2009

Uma vida que vive



"A vida, as suas perdas e os seus ganhos, a sua
mais que perfeita imprecisão, os dias que contam
quando não se espera, o atraso na preocupação
dos teus olhos, e as nuvens que caíram
mais depressa, nessa tarde, o círculo das relações
a abrir-se para dentro e para fora
dos sentidos que nada têm a ver com círculos,
quadrados, rectângulos, nas linhas
rectas e paralelas que se cruzam com as
linhas da mão;

a vida que traz consigo as emoções e os acasos,
a luz inexorável das profecias que nunca se realizaram
e dos encontros que sempre se soube que
se iriam dar, mesmo que nunca se soubesse com
quem e onde, nem quando; essa vida que leva consigo
o rosto sonhado numa hesitação de madrugada,
sob a luz indecisa que apenas mostra
as paredes nuas, de manchas húmidas
no gesso da memória;

a vida feita dos seus
corpos obscuros e das suas palavras
próximas."

Nuno Júdice

Dec 9, 2009

Nada



Vivia uma vida desapaixonada, vazia de ideias, sonhos confusos, à volta de uma vida suficientemente lenta para estar sempre à beira do tédio, demasiado planeada para nunca sentir a liberdade do inesperado.
Vivia uma vida longe das emoções e dos pensamentos, não controlados.
Vivia à espera do futuro, abandonando oportunidades, nunca cumprimentou o desconhecido, fugia das pressões, dos receios, sem nunca provar uma lágrima de raiva, ou outra de felicidade.
Desapareceu sem nada deixar, nada, nem musica, nem letras, nem palavras, nem um simples suspiro de sentimento.

Dec 7, 2009

SB em Stock 2009


Wild Beasts

Ebony Bones (a energia em palco)

Beach House (para ouvir e de novo repetir)

The Invisible (a revelação)

Dec 3, 2009

Em vésperas de feriado

"cada nota musical libertava um toque de mel, suave e doce, sem precisar de qualquer tradução!"
in local perdido algures, no caos de um bairro perto de si!

Dec 2, 2009

MAR

Os raios batiam sem pedir licença ao acordar, lá fora o céu era limpo, com um frágil vento, que entrava no nosso corpo, lentamente, sussurrando em silêncio.
Por entre a janela, o sol aquecia, milímetro a milímetro, a nossa pele. Abraçava cada espaço e ficava ali, à espera do começo do dia.
Fomos cercados pelo mar, que corria inocentemente por entre as rochas. Grão a grão os dedos nus provavam o sabor salgado de cada onda que chegava.